Gostava de comprar casa nova ou trocar de casa e precisa de financiamento? Contacte-me: 926 80 90 92 | Nelson Favas Consultor Financeiro
Saiba como, contacte-me

24 abril 2007

25 de Abril

Como todos sabem, o 25 de Abril, trouxe muito do que somos hoje...
De tudo de bom que me lembro, recordo somente com angustia e ao mesmo tempo com desprezo de como a eleição para o Grande Português de sempre correu, devaneio quando me lembro e/ou ouço proclamar o nome do maior ditador Portugês, que dizem ao mesmo tempo ser o Grande Português...
Odeio também quando dizem "Naquele tempo nada disto acontecia..." ou "Isto dantes não era assim...", derruba cabalmente todo o sentido do nosso dia da liberdade..
Não sou de nenhum partido, não proclamo euforicamente linhas morais a seguir, sou meramente Português, não vivi antes de 1974, não sei como era, mas pelas horrendas historias relatadas, a crueldade e tudo mais, em ponto algum me consigo rever nesse tempo...
Não poder escrever/dizer livremente o que penso é algo demasiado arrebatador para conseguir imaginar.
Lembro agora até uma pequena "discussão saudável" que tive com uma mente sábia, um biblioteca no que diz respeito a acontecimentos Pidescos, onde tal Senhora me dizia, contando mais uma das suas aventuras, por meio de delírios e ao mesmo tempo contrariando tudo o que sofrera graças ao ditador. Ela, no meio do seu discurso disse algo do género: "Minha mãe ficava furiosa comigo por vestir um vestido vermelho, todos os santos domingos, de visita ao meu irmão que fora enjaulado por poder comer um pão todos os dias. Ela ficava chateada comigo, porque pensava que ao vestir aquele vestido, vermelho garrido, os guardas pidescos poderiam considerar uma ofensa e em vez de um filho passaria a ter os dois nas masmorras. Mas tudo aquilo era mais forte que eu, era o sangue que me corria nas veias, revoltoso, demonstrado num pedaço de tecido que punha por cima do corpo... Quando entrava na prisão, todos olhavam mas ninguém tinha a ousadia de dizer o que fosse, não sei bem porquê, eu tinha medo, mas ninguém me dizia nada e isso dava-me forças... mas aquilo sim eram prisões, não é como agora, não havia cama, nem sanitas, nem nada, apenas cimento e ferro, agora os prisioneiros tem tudo e mais alguma coisa..." E lá estava no meio de toda a história o ponto contraditório que deitava por agua abaixo tudo aquilo que ela sofrera, ou serei apenas eu demasiado estulto para não compreender o contrabalanço das palavras, o meio termo dos tempos. Aquela "discussão saudável" remeteu-nos para outros assuntos, onde acérrimo defendi toda uma causa do nosso dia da liberdade, que estava a ser desmoronada ali, bem em frente aos meus olhos, por uma pessoa que pelas crónicas que conta, passou bem á vontade mais de 35 anos a lutar por aquele dia, essa mesma pessoa que revoltosa ultrajava de vermelho ousara glorificar as formas utilizadas naquele tempo de escravatura esquecendo tudo o resto com a simples acréscimo ao que dizia da frase, e uma das minhas mais desprezáveis frases, "Antes não era assim".

Bem é só um mero episódio, o 25 de Abril trouxe-nos exactamente isso o debate desinibido em plena via publica, a contradição de pensares e dizeres… E tudo mais, recordo ainda, trouxe um dia de festa, em que se comemora em forma de feriado a revolução dos cravos (que outra revolução tão bonita como a nossa existiu? onde balas e sangue foi trocado por flores...), por todo um Portugal amanha é dia de descanso, sendo hoje na véspera que tudo ou quase tudo acontece…
Isto faz-me recordar que hoje o Barreiro preparou mais uma vez com entusiasmo o dia que se segue, e entre as inúmeras coisas vamos já hoje vamos poder assistir a mais um bom e gratuito concerto, desta de Pedro Abrunhosa e amanha o dia será repleto de actividades. Pelo menos para alguns, pois infelizmente sou escravo do trabalho e do tempo e com a sorte que coabita no meu ego, nestes dias a minha personagem está entregue ao que me sustenta.

Pedro Abrunhosa - Momento



4 comentários:

Anónimo disse...

Quem viveu e passou por muitas coisas que a nós não nos passa metade pela cabeça, lutou muito para que nós,hoje, pudéssemos viver em liberdade de expressão e não só. Essa pessoa de que falas sempre me contou grandes histórias e todas as vezes que me contou me arrepiei.
Eu compreendo quando pessoas dessa altura nos dizem que precisavamos de alguém como o salazar, é que vemos certas pessoas que não sabem aproveitar a liberdade que hoje temos...

Paulo disse...

O 25 de Abril deu-nos a todos nós uma coisa fundamental: a LIBERDADE

Não sensação melhor :)

Jaleco disse...

Nem mais Rute...o grande problema de hoje, é q muitas pessoas dão por garantida a vida em liberdade pela qual muitos batalharam e sofreram para alcançá-la!! As pessoas estão a perder o espírito d Abril e ficam sentadas e caladas enquanto certas regalias obtidas nesse dia, começam a ser 'roubadas' pelo poder instituído!!

Mas é bom q esse espírito não desvaneça, porque há muitos anos...e agora vou contar uma pequena história...havia um reverendo norte-americano (Jim Jones) q criou uma seita e levou 900 pessoas ao suicídio na Guiana Francesa...ele tinha uma placa por cima da sua cadeira pastoral, q dizia o seguinte:

"Aqueles q ñ olharem o passado, estão condenados a repetir os mesmos erros no futuro"!!!

Nada + a acrescentar...

Release me disse...

Aí para os teus lados é sempre festa rija nestas ocasiões, e assim é que devia de ser!!! Para mim o 25 de Abril é-me particularmente querido por causa de certas pessoas da minha família que sofreram por causa do regime fascista. Há-de ser sempre uma data a festejar!

ps- aproveita bem o concerto do Abrunhosa!

Gostava de reduzir as suas despesas com creditos? Contacte-me: 926 80 90 92 | Nelson Favas Consultor Financeiro
Saiba como, contacte-me